A poluição está cada vez mais grave nos rios e córregos de Dourados. Um dos motivos está associado aos resíduos que mecânicas e postos de gasolina liberam nas bocas de lobo e que acabam caindo na rede de água pluvial. Em conseqüência, substâncias químicas são levadas para o interior dos rios. Camadas de óleo já são visíveis em pontos diversos do córrego Rego D’água. Um exemplo está no interior do Parque Arnulpho Fioravante.
A água e peixes estão dando lugar ao óleo das empresas. A maior dificuldade é conscientizer os empresários a fazerem as manutenções em caixas de óleo, segundo oI nstituto do Meio Ambiente em Dourados ( Iman).Em fevereiro deste ano uma pesquisa do Imam revelou que 80% das oficinas e postos de gasolina estavem irregulares. De lá para cá este percentual foi mantido, segundo o fiscal Divaldo Machado. Conforme ele, um simples investimento poderia resolver o impasse. Os comerciantes devem instalar uma caixa de decantação, que deve passar por manutenções e limpezas freqüentes. O custo da obra não ultrapassa R$ 600.
Outra ação é manter limpa esta caixa fazendo uma manutenção mensal.A caixa, segundo Machado serve para reter o material mais pesado, que é conduzido pela água da lavagem de carros. Ela separa o óleo e as graxas, que tendem a flutuar e podem ser retiradas do esgoto através de uma tubulação.
O fiscal adianta que na próxima semana o Imam deve intensificar com rigor os trabalhos de fiscalização em todos os estabelecimentos do setor. "Vamos notificar as empresas irregulares e cobrar providências imediatas, já que peixes e toda a biodiversidade dos rios estão sendo comprometidos. Caso não haja resultado nas orientações, o jeito vai ser atingir o bolso do responsável. A manutenção nas caixas também será cobrada", disse.O valor das multas, segundo Dvaldo, varia entre R$ 50 e R$ 20 mil, dependendo do grau de contaminação.
Em casos de reincidência o processo será encaminhado ao Ministério Público Estadual. Uma pesquisa da Associação do compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), mostra que apenas um litro de óleo é capaz de esgotar o oxigênio de 1 milhão de litros de água, formando, em poucos dias, uma fina camada sobre uma superfície de 1.000 m2, o que bloqueia a passagem de ar e luz, impedindo a respiração e a fotossíntese. (Valéria Araújo)